segunda-feira, 8 de março de 2010

As BEM-AVENTURANÇAS VII

(Mt 5.13-16)
“13 Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), 14 porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela. 15 Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. 16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? 17 Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. 18 Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. 19 Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. 20 Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis. 21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? 23 Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade. 24 Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; 25 e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. 26 E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia; 27 e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína. 28 Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; 29 porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.”

Jesus foi o maior comunicador que já existiu na terra. Esta verdade foi declarada pelo escritor da carta aos Hebreus no verso 2 do capítulo 1 –“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo”. O apostolo João também declara essa característica do Senhor ao declarar em seu evangelho que Jesus Cristo é o Logos de Deus – “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (Jo 1.1).

Ao encerrrar o Sermão do Monte, Jesus lançando mão dessa sua capacidade sobrenatural de comunicar-se, utililiza-se neste texto de seis metáforas tiradas, da vida quotidiana dos seus ouvintes na Galiléia, sempre fazendo um contraste entre uma e outra como podemos ver: a primeira comparação é entre porta larga e porta estreita; a segunda é sobre caminho espaçoso e caminho apertado (v.13-14); na terceira (v.15-20) comparação Jesus usa as figuras de árvore boa versus árvore má; na quarta compara frutos bons com frutos maus; nos versos 24 a 27 faz um paralelo entre homem prudente e homem tolo; e finalmente, neste mesmo trecho, traz a comparação entre casa construída sobre rocha e outra casa construída sobre a areia.

Em todas esses paralelos Jesus está aboradando o mesmo princípio que esta relacionado ao princípio dos dois reinos: reino das trevas e reino dos céus, sobre o qual Ele iniciou o Sermão do Monte. E sobre as características e procedimentos da vida de justiça, da pessoa que é bem-aventurada ou da que não é. Do verdadeiro cristão, ou a vida do regenerado.

“Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina;” (v.28). As multidões que ouviram o Sermão ficaram maravilhadas pela doutrina e princípios que Jesus estava lhes falando, mas a pergunta que fica no ar é: qual a titude dessa multidão diante deste ensino? Nenhum! Pois essa multidão quando Jesus foi crucificado o abandonou e continuou a viver sua vida sem a verdadeira transformação, sem participar da realidade espiritual de ser um bem-aventurado, de ser participante do reino do céus, que Jesus Cristo veio lhes trazer.

Quantas vezes não é o mesmo que acontece com muitas pessoas que frequentam nossas igrejas, batizadas ou não, que ouvem a Palavra de Deus, ficam maravilhados com tudo o que viram e ouviram, mas a Palavra não lhes aproveita em nada, como afirma o apóstolo Paulo – “que aprendem sempre e jamais podem chegar ao conhecimento da verdade.” (2Tm 3.7).

Sómente o que já experimentou “pobreza de espírito”, a destituição de sua própria vida, que é fruto do novo nascimento, e que foi efetuado por Deus em Jesus Cristo na cruz, ao nos incluir na sua morte e ressureição, é considerado “bem-aventurado” e participante do reino celestial. E assim recebe a capacidade para viver de acordo com o código do reino dos céus, que é apresentado no Sermão do Monte. Graça e paz, “bem aventurado”.

Douglas Bataglião,28/02/2010

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