quinta-feira, 15 de abril de 2010

A BEM AVENTURANÇAS XIV

Os Pacificadores - (Mt 5.9) “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus”

Há tempos um historiador político fez uma pesquisa sobre guerras em documentos de até 4.000 a.C. Ele ficou surpreso ao descobrir que em apenas 100 anos não houve conflitos entre os homens ou nações. Hoje em todo tempo e lugares como Europa, Africa, Américas, Ásia, nos mares, continua acontecendo hostilidades sangrentas. Quando eles aprenderão?

Mesmo em nosso país que não está envolvido com conflitos nacionais, temos diariamente presenciado guerras nas cidades entre policias e bandidos, gangues rivais, indios e brancos, fazendeiros com posseiros, conflitos raciais e religiosos, e até entre famílias. A paz em todos os níveis, desde o cenário internacional até nossas vidas pessoais torna-se mais difícil que nunca. E muito se fala e procura-se a paz na terra e organismos internacionais.

Na Bíblia a palavra paz significa mais que uma simples ausência de conflitos. Ela traz uma conotação de saúde e plenitude. No Antigo Testamento dois termos hebraicos semelhantes continham este conceito: shalom (paz) e shalem (saudável ou pleno). A visão de plenitude hebraica interrelaciona todos os elementos da natureza humana com a experiência pessoal. Paz inclui tranquilidade interior, saúde, plenitude, integração com a vida – mesmo em meio a grandes conflitos, problemas ou tribulações.

No Novo Testamento a palavra correspondente grega eirene (paz) aparece cem vezes. Por exemplo, a frase “Vão em Paz”, em Tiago 2.16, significa “Estejam bem”. Na noite anterior à sua morte Jesus disse a seus discípulos – “A minha paz vos dou… Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14.27). Como no Antigo Testamento, paz tem um significado positivo para a pessoa como um todo em sua convivência interpessoal.

Não é de adimirar que o papel do pacificador seja tão importante para Jesus, que é o Principe da Paz. E o único meio de nos dar esta característica intrínseca de sua natureza. Vejamos Isaías 9.1-17 – “1 Mas para a terra que estava aflita não continuará a obscuridade. Deus, nos primeiros tempos, tornou desprezível a terra de Zebulom e a terra de Naftali; mas, nos últimos, tornará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, Galiléia dos gentios. 2 O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz. 3 Tens multiplicado este povo, a alegria lhe aumentaste; alegram-se eles diante de ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando repartem os despojos. 4 Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre eles, a vara que lhes feria os ombros e o cetro do seu opressor, como no dia dos midianitas; 5 porque toda bota com que anda o guerreiro no tumulto da batalha e toda veste revolvida em sangue serão queimadas, servirão de pasto ao fogo. 6 Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; 7 para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto.”

O pacificador é aquele que tem em sí o Senhor da Paz(shalom, eirene) vivendo nele e por isso seus conflitos interiores cessam, pois ele fica bem consigo com Deus, e consigo mesmo, tem saúde interior e plenitude(shalem) “Para os perversos, todavia, não há paz, diz o SENHOR.” (Is 48.22).

Ele também é um promotor da paz entre os homens “se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens” (Rm 12.18).

Mas também eles tem a plena conciência de que a verdadeira paz entre as nações e os homens só acontecerá quando vier o Principe da Paz reinar sobre a terra no seu reino de justiça e paz “O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos. Apocalipse 11:15
“Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus.” Apocalipse 12:10.

Afirma John Stott – “De onde procedem as guerras? Do homem, do pecado e de Satanás. A discórdia foi introduzida no mundo desta maneira. Porém, este bendito Deus de Paz – digo-o com reverência – não se pôs a “defender a própria dignidade” antes veio realizar entre nós a sua obra benfazeja. Deus estabeleceu a paz. Em seu Filho, Deus se humilhou, a fim de estabelecer a paz. Eis por que os pacificadores são considerados “filhos de Deus”. O que eles fazem é repetir o que Deus já fizera”. Isto aconteceu na cruz do calvário como afirma o apóstolo Paulo – “e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus.” Cl 1.20.

Douglas Bataglião,24/02/2010

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