quinta-feira, 8 de abril de 2010

A BEM AVENTURANÇAS XII

(Os Misericordiosos)
Mt 5:7 “Bem-aventurados os misericordiósos, porque ele alcançarão misericórdia”

“Vitor Hugo escreveu um clássico chamado “Os Miseráveis”, seu personagem Jean Valjean, liberto da prisão, não consegue alimento nem abrigo por causa da desconfiança e ódio das pessoas.
Quando bate a porta de um bondoso bispo diz: - meu nome é Jean Valjean, estou em liberdade condicional, já cumpri dezenove anos de prisão, fui libertado há quatro dias. O senhor pode me hospedar, andei a pé 72 km, estou cansado e faminto, tenho dinheiro para pagar, não importa o preço.
O bispo chama sua criada e manda preparar um lugar à mesa para Jean, mas apesar da bondade do bispo, Jean rouba a prataria da casa à noite e foge.
Quando é pego pela polícia e trazido de volta à catedral o bispo o saúda com entusiasmo: – eis ai você, estou muito contente em vê-lo, você esqueceu que e também havia lhe dado os catiçais? Eles são de prata e valem pelo menos 200 francos(ou R$5 mil). O bispo dispensa os policiais, coloca os castiçais na sacola de Valjean e diz: – Não esqueça que você me prometeu usar este dinheiro para se tornar um homem nonesto.
Depois de 24 horas, Valjean encontra-se ajoelhado, convertido não só ao cristianismo, mas como a um estilo de vida honesta”.

A misericórdia tem grande poder sobre a vida das pessoas. Como muitas das outras atitudes e qualidades que Cristo ordenou nas bem-aventuranças – mansidão, pobreza espiritual, pureza de coração.

A misericórdia é frequentemente interpretada como fraqueza, em vez de força. Mas esta “incapacidade” tem o poder de transformar vidas.

John Stott define misericórdia como “compaixão pelas pessoas em necessidade”.

O Comentário “The Expositor” explica que – “misericórdia engloba tanto o perdão para os culpados como a compaixão pelos que sofrem e passam necessidades”

James Montgomery escreve: “Misericórdia é o amor que se estende para ajudar os desamparados que precisam de salvação. A misericórdia identifica-se com os miseráveis em sua miséria”.

A etimologia da palavra vem de “miséria” mais “córdia”, que exprime a idéia de que ser misericordioso, é ver a miséria do outro com o coração.

A misericória é um atributo divino. Para o cristão, a misericórdia não é uma opção – é uma necessidade. Contamos com a misericórdia de Deus. Devemos ser misericordiosos como é misericordioso nosso Pai.

Vejamos com Paulo mostra a manifestação da misericórdia de nosso Pai.
“ Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, —pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” (Ef 2.1-10).

Se quisermos receber misericórdia devemos estar dispostos a dá-la. Nosso Pai não deseja que sigamos regras e leis farisaicas, mas, ao invés, quer misericórdia, justiça humilde e comunhão com Ele.

“Bem-aventurados (realizados, felizes) os misericordiosos” de verdade.

Nossos corações devem estar cheios de misericórdia se quisermos agradar a quem servimos.

Douglas Bataglião, 10/02/2010

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