terça-feira, 12 de janeiro de 2010

AS BEM-AVENTURANÇAS III

“Então, olhando ele para os seus discípulos, disse-lhes: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus.” (Lc 6.20)

Vamos refletir sobre estas sóbrias palavras de Jesus no Sermão do Monte.

A princípio, a afirmação de Jesus parece-nos absolutamente ilógica. Como podem crianças desnutridas com barrigas distendidas ser consideradas abençoadas?

Qual a benção que existe em ser desabrigado, faminto e vestido de trapos? Salomão parace mais lógico quando afirma – “O festim faz-se para rir, o vinho alegra a vida, e o dinheiro atende a tudo.” (Ecl 10.19).

Ainda assim Jesus frequêntemente vira a lógica deste mundo de cabeça para baixo – não porque Ele é ilógico, mas nós sim. Nossa forma de pensamento tornou-se tão distorcida pelo pecado que sempre vemos as coisas de cabeça para baixo, de forma oposta a maneira de Deus ver. (At 28.27) – “Porquanto o coração deste povo se tornou endurecido; com os ouvidos ouviram tardiamente e fecharam os olhos, para que jamais vejam com os olhos, nem ouçam com os ouvidos, para que não entendam com o coração, e se convertam, e por mim sejam curados.”

Jesus no texto de lucas falava sobre uma condição espiritual e não sobre algo material neste texto - “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus.”

Sómente os que admitem a sua falência moral e espiritual recebem a benção de Deus.

Só os que se apresentam com mãos vazias, admitindo sua necessidade de salvação, serão fartos.

De acordo com Jesus, o reino do céu será povoado não pelos espriritualmente orgulhosos, mas pelos espiritualmente pobres – os que reconhecem que não têm direito adquirido de estarem lá.

A veradeira pobreza espiritual significa de pendência humilde ao Senhor e sua graça.

Os que são materialmente pobres têm sido muito mais receptivos a Cristo que os que são ricos. Na prática as pessoas comuns, as prostitutas, os excluídos da sociedade ajuntavam-se a Jesus, enquanto os ricos e poderosos conspiravam contra ele.

Os pobres normalmente não têm a quem recorrer a não ser a Deus. Os afortunados são tentados a confiar no seu dinheiro, seu emprego, sua escolaridade, suas realizações, seu plano médico, seu seguro pessoal…

Aos poucos os bens vão se tornando mai importantes e seguros do que o Senhor e Doador dos bens.

Precisamos ouvir a repreensão que Jesus fez contra a igreja de Laodicéia – “pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.
Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.” (Ap 3.17-18).

A pobreza espiritual é uma atitude que devemos cultivar diariamente.

Quando admitimos nossa pobreza espiritual, Deus nos dá a verdadeira riqueza espiritual.

Quando confessamos nossa nudez, Ele nos dá magníficas vestes para usarmos.

Quando admitimos nossa cegueira, Deus abre nossos olhos para que vejamos as ricas bençãos que Ele oferece aos pobres de espírito – o reino do céu.

Douglas Bataglião (adaptado – Jack Kuhatschek

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