segunda-feira, 13 de agosto de 2012


A RAIZ DOS JUSTOS

Uma diferença marcante entre a fé dos nossos pais como concebida pelos pais, é que os pais estavam interessados na raiz da matéria, enquanto os seus descendentes atuais parecem interessados somente nos frutos.
Parece ser esta a nossa atitude para com certas grandes almas cristãs  cujos nomes são honrados entre as igrejas, como, pro exemplo, Agostinho e Bernardo em tempos mais antigos, ou Lutero e Wesley em tempos mais recentes. Hoje escrevemos biografias de vultos como esses e celebramos o seu fruto, mas a tendência é ignorar a raiz da qual proveio o fruto. “A raiz dos justos produz o seu fruto”, diz o sábio em Provérbios (12.12). Os nossos pais olhavam bem para a raiz da árvore e se dispunham a esperar com paciência pelo aparecimento do fruto. Nós exigimos o fruto imediatamente, ainda que a raiz seja fraca e cheia de calosidades, ou inexista completamente. Os impacientes cristãos de hoje desculpam as crenças simples dos santos doutros tempos e sorriem da SUS séria abordagem de Deus e das coisas sagradas. Eram vitimas das sua perspectiva religiosa limitada, mas ao mesmo tempo eram grandes e vigorosas alma que conseguiram obter uma experiência espiritual satisfatória e fazer muita coisa boa no mundo, apesar dos seus defeitos. Assim, imitaremos o seu fruto sem aceitar a sua teologia e sem incomodar-nos demasiadamente com a adoção da sua atitude de tudo ou nada para com a religião.
Assim dizemos (ou mais provavelmente pensamos sem dizer), e toda voz da sabedoria, todo dado da experiência religiosa, toda a lei da natureza nos diz quão errados estamos. O galho que se desliga da árvore numa tempestade pode florir brevemente e pode dar ao transeunte despreocupado a impressão de que é um ramo  saudável e frutífero, mas a sua tenra inflorescência logo perece, e o próprio ramo seca-se e morre. Hã há vida duradoura, separada da raiz.
Muita coisa que passa por cristianismo hoje é o brilhante e breve esforço do ramo cortado para produzir o seu fruto na estação própria. Mas as profundas leis da vida estão contra isso.  A preocupação coma a aparência e a correspondente negligência para coma raiz que está fora da vista, raiz da verdadeira vida espiritual, são sinais proféticos que passam despercebidos. Resultados “imediatos” é tudo o que importa, rápidas de sucesso presente, sem pensar na próxima semana ou no próximo ano. O pragmatismo religioso avança desenfreadamente entre os ortodoxos. A verdade é o que quer que funcione. Se dá resultado, é bom. Há apenas uma prova para o líder religioso: sucesso. Tudo se perdoa, exceto o fracasso. Um árvore pode resistir a quase toda e qualquer tempestade se sua raiz é firme, mas quando a figueira que o Senhor amaldiçoou secou “desde a raiz” (Mt 11.20), ela toda “secou” imediatamente. Uma igreja firmemente enraizada não pode ser destruída, mas nada pode salvar uma igreja cuja raiz secou. Estímulos, campanhas promocionais, ofertas em dinheiro, belo edifício – nada pode trazer de volta a vida à árvore sem raiz.
Com um feliz desconsideração pela coerência da metáfora, o apóstolo Paulo nos exorta a atentar para as nossas próprias origens. “Arraigados e alicerçados em amor” (Ef 3.17), diz ele no que é obviamente uma confusão de figuras; e outra vez concita seus leitores a permanecerem “arraigados e edificados nele” (Cl 2.7), o que encara o cristão como uma árvore bem arraigada e como um templo a edificar-se sobre o sólido fundamento.
A Bíblia inteira e todos o grandes santos do passado se unem para dizer-nos a mesma coisa. “Nada considerem como líquido e certo”, eles nos dizem. “Voltem para as fundas raízes. Abram o coração e sondem as Escrituras. Levem sua cruz, sigam o seu Senhor e não deem atenção à moda religiosa que passa. As massas estão sempre erradas. Em cada geração o número dos justos é pequeno. Certifiquem-se de que estão entre ele.”
“O homem não será estabelecido pela iniquidade; mas a raiz dos justos será removida” (tradução literal da versão usada pelo autor).
Extraído do livro – A Raiz dos Justos – Vol 5 – A. W. Tozer

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