quarta-feira, 20 de outubro de 2010

II - O GOVERNO DE DEUS


O governo de Deus é uma expressão da Sua vontade, uma vontade que rege. Sua vontade é uma ordenação, que requer de nós uma resposta. Resistir ao governo de Deus é resisistir a Sua vontade, a Sua ordem, é não ter uma motivação reta para com a Sua ordenação.

ASPECTOS DO GOVERNO DE DEUS
 Pelo pecado o coração do homem tornou-se rebelde e obstinado, que rejeita o governo de Deus e resiste à Sua ordenação.
 A regeneração e o crescimento na graça, o amadurecimento do cristão, a santificação é que promove a nossa submissão à vontade e ao governo de Deus.

GOVERNO – definição
 Se não houver governo, não haverá segurança, não haverá ordem, nem paz.
 A falta de segurança, de paz, de ordem é fruto da falta de governo, ou de governo desvirtuado do real significado do que é governo, segundo a criação de Deus.
 Vemos e vivemos num mundo desgovernado, por isso há medo, insegurança, falta de paz.
 Por causa do pecado o homem está em desgoverno, seja em qualquer tipo de sistema político de governo. Se houvesse governo humano perfeito, não haveria necessidade de salvação.
 Na vida espiritual acontece a mesma coisa, se não estamos sob o governo de Deus, somos pessoas espiritualmente e emocionalmente inseguros, medrosos, temos falta de propósito, não temos paz, Pv 29.18 diz – “onde não há visão, o povo se corrompe;…” onde não há governo há corrupção, há “cabelo desgrenhado, desalinhado”, sentido real da palavra neste texto.
 Deus é um conquistador, um marido integral. Ele quer todas as esferas de nossas vidas sob o seu governo.
 O governo de Deus, portanto, deve ser visto em todas as áreas da existência: na Criação, na Redenção, no Lar, na Igreja, no Culto,…


DEUS ESTABELECEU O SEU GOVERNO ATRAVÉS DA SUA VONTADE, OU PROPÓSITO
O governo de Deus é absoluto e é eterno – “Quem lhe entregou o governo da terra? Quem lhe confiou o universo?” (Jó 34:13)
UNIVERSO – UNI – (um, uno, único)
– VERSO – (versão, propósito, vontade) - (veja anexo no final da apostila)

O universo foi criado para que seja cumprida “uma vontade”, “uma versão única”, “um propósito único”.

Ir contra o governo de Deus é ir contra a Sua vontade, contra o Seu propósito. Toda vez que há rebeldia contra o Seu governo, sempre resultará em disciplina, haverá sansão, implicará juizo.

Nossa mais perfeita felicidade é cumprir a vontade de Deus, éssa deve ser sempre a fonte de nosso prazer - Rm 12.2b – “, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
Salmos 40:8 – “agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a tua lei.”
Quando um filho se rebela contra a ordem do seus pais, quando uma mulher não se submete ao seu marido, quando um marido não ama; cuida; ou protege a sua esposa e família, quando um empregado não se submete ao seu patrão, quando um patrão não trata com dignidade ao seu empregado, quando um cidadão quebra uma regra de sua sociedade, esta pessoa está se rebelando contra o governo de Deus, pois foi Ele que estabeleceu o princípio de governo em todas as esferas da vida espiritual, da vida em sociedade, na vida da igreja, na família. Toda autoridade é delegada por Deus – João 19:10-11 – “Então, Pilatos o advertiu: Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar? Respondeu Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada; por isso, quem me entregou a ti maior pecado tem.”

2 – DEUS CRIOU O HOMEM PARA QUE SEU PROPÓSITO, SUA VONTADE FOSSE CUMPRIDA NO UNIVERSO

v. 14-15 - Nossa vida não foi obra do acaso, foi estabelecida antes da fundação do mundo – “assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo,… ” (Ef 1.4a), e criada por Deus para cumprimento do seu Eterno propósito, em Cristo Jesus. Essa é a determinação de sua vontade e devemos nos submeter a essa governo, ou vontade soberana – “nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef 1.5).

Deus rege o Universo e em sua mão está o cetro, a vara e o cajado. Jesus é o Supremo pastor que tem toda a autoridade nos céus e na terra e debaixo da terra. Ele rege com a vara e o cajado (Salmo 23). Vara para a disciplina e punição (Jo 14.6 – Verdade). Cajado para apascentar, conduzir, resgatar (Jo 1.17 – Amor).

A criança é sempre é desequilibrada. E quando somos imaturos ou crianças espiritualmente, tendemos ver Deus somente como o Deus da vara; o punidor, ou então, por outro lado, somente O vemos como o Deus do amor; do cajado. Por causa desse nosso desequilíbrio, frequentemente vemos graça, mas não vemos governo, vemos cajado, mas não vemos vara. O escritor de Hebreus deveria estar pensando assim, quando diz que o alimento sólido é para os que são maduros (huios, grego) – (Hb 5.13-14).

Deus nos introduziu no Seu governo através da graça, por meio de Jesus Cristo, somos salvos, mas muitas vezes encontramos em nós, nas nossas atitudes e princípios falta deste governo de Deus. Quando nos encontramos desequilibrados, infelizes, inseguros com medos, isto é evidência da falta do governo de Deus em nossas vidas. Confira o que diz o Salmo 66.7 – “Ele, em seu poder, governa eternamente; os seus olhos vigiam as nações; não se exaltem os rebeldes.”


3 – EM JESUS ESTÁ O GOVERNO E A VONTADE DE DEUS PARA NÓS
Isaías 9.1-7 – “1 Mas para a terra que estava aflita não continuará a obscuridade. Deus, nos primeiros tempos, tornou desprezível a terra de Zebulom e a terra de Naftali; mas, nos últimos, tornará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, Galiléia dos gentios. 2 O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz. 3 Tens multiplicado este povo, a alegria lhe aumentaste; alegram-se eles diante de ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando repartem os despojos. 4 Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre eles, a vara que lhes feria os ombros e o cetro do seu opressor, como no dia dos midianitas; 5 porque toda bota com que anda o guerreiro no tumulto da batalha e toda veste revolvida em sangue serão queimadas, servirão de pasto ao fogo. 6 Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, 7 para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto.”
Este texto foi citado por Mateus no capítulo 4.15-16 quando falou que Jesus veio trazer o Reino dos céus, isto é, o governo de Deus aos homens.

v.2 - A alusão a trevas neste verso é uma figura da falta de governo. A luz na Bíblia é uma tipologia de governo.

No verso 6, Isaías declara “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu” – aqui o profeta, provavelmente está se referindo as duas naturezas de Jesus Cristo, “um menino nos nasceu” – fala se sua natureza humana. Deus não nasce, Ele é eterno, “um filho se nos deu” – novamente a palavra “huios”, filho maduro, um filho não criado (Jo 3.16).

E o verso continua dizendo – “o governo está sobre os seus ombros”. Como a descendencia de Davi, segundo a promessa, Ele veio para trazer graça, salvação, perdoar pecados, livrar do inferno, da ira de Deus e nos capacitar a vivenciár o Seu governo, pois éramos inimigos e rebeldes contra Deus (Rm 5.10 ; Cl 1.21; Tt 2.11-14)

Jesus veio trazer o Seu governo sobre os rebeldes, incluindo-os na cruz, trazendo-os pela graça, para dentro do Seu governo. “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor” (Cl 1.13) – isto é troca de governo.

Mas o seu governo não é implantandado em nós compulsoriamente, deve ser desejado e conquistado com disposição passo a passo “…, dispõe-te, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu prometi a Moisés”(Js 1.2-3). “Mas a vereda do justo é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4.18).

Jesus não é apenas nosso Salvador, mas também é nosso Senhor, Isaías ainda diz – “o governo está sobre os seus ombros”, e relata os atributos deste que tem o governo:
“maravilhoso” – único, especial. “conselheiro” – consolador, unção. “Deus forte” – como nenhum outro. “Pai da eternidade” em primeiro lugar – o que era antes da eternidade, o incriado, o autoexistente. Em segundo o – Pai dos que foram chamados para ter vida eterna.
“príncipe da paz” – só governo pode trazer paz verdadeira e duradoura.

V.7 – “para que se aumente o seu governo”. Jesus seria rejeitado pelo seu povo e pelos seus opositores, andou debaixo do desgoverno humano causado pelo pecado. Quando ressucitou chamou muitos filhos para debaixo do Seu governo. Desde o início da igreja, até hoje Ele governa sobre o seu povo. Na Sua segunda vinda governará sobre todas as nações por 1.000 anos. Seu governo vai aumentando dia a dia através da conversão e da submissão voluntária dos seus servos à Sua vontade. Finalmente abrangerá tudo, todas as nações, pessoas, e seres espirituiais, portanto, todo o universo. E o resultado do seu governo será paz, segurança e tranquilidade – “, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre… ”


4 – COMO EXPERIMENTAR O GOVERNO DE DEUS NÁ PRÁTICA?

4.1. Separação – precisamos dar um não para o que Deus tem mandado a nós pela Sua Palavra. A igreja tem que ser diferente, EK-KLESIA, “EK – para fora; KLESIA – assembléia. Pela própria definição de seu nome, a igreja deve ser um corpo diferente do mundo, fora do mundo, separada do mundo. A igreja deve ser sal, deve ser luz para o mundo, deve fazer a diferença (Mt 5.14-16).

4.2. Unidade – Unidade fala de um só propósito, uma só motivação. Sem unidade não há governo. Unidade é a expressão do governo. Quando há ciúmes, disputas, disssenções, facções, há quebra da unidade, portanto há desgoverno em todas as esferas de nossos relacionamentos– “como andarão dois juntos se não houve entre eles acordo(unidade)” (Amós 3.3).

4.3. Relacionamentos Estáveis – Em Neemias capítulo 7 vemos que já haviam sido restauradas as estruturas os muros, o templo, os utensílios, o serviço, mas a cidade precisava de vida, de pessoas, de relacionamentos fortalecidos, esta é mais uma tipologia da igreja do Novo Testamento. Igreja e família são os lugares onde os laços são fortes, até mesmo mais fortes do que com parentes consanguíneos. Onde irmãos e irmãs, conjuges e vizinhos tem compromisso uns com os outros, compromisso com a igreja, com o serviço para igreja.

4.4. Amor resturado – em Neemias 8 podemos ver o resultado da restauração como o amor por Deus, pela Palavra e o governo de Deus estabelecido.

Tudo isso é o resultado do Governo de Deus, que é estabelecido e aumenta dia a dia.

Até que ponto o governo de Deus está aumentando em sua vida pessoal, na sua família, na assembléia que você se reune, no serviço que você presta ao Senhor?

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