quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A BEM AVENTURANÇAS V

Mt 5:3 “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;”
5.10 “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.”
5.11“ Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós.”

Inicilamente temos que afirmar que na verdade, o crente e o incrédulo pertencem a reinos diferentes.

Podemos observar que a primeira e a última bem-aventurança prometem a mesma recompensa – “porque deles é o reino dos céus”.

Que significa isso?
Os crentes não são diferentes dos incrédulos somente por causa da nova natureza, mas também são pessoas que vivem em dois reinos diferentes. Ele está no nundo, mas não pertence a ele. Jesus diz - “Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou.” (Jo 17.14-16)

O que Mateus quer dizer com “reino dos céus”?
Somente Mateus usa esta expressão. Muitos estudiosos pensam que era porque Mateus escrevia primariamente para judeus, e o seu objetivo talvez tenha sido o de corrigir as ideias judaicas erradas sobre o reino de Deus, que era entendido por eles como um reino social, político ou terreno. E Jesus veio trazer a visão verdadeira do que é reino dos céus, como um reino de natureza essencialmente espiritual, não deste mundo.

Em que consiste este reino?
1.em “governo”, onde está a esfera do reinado de Cristo, que podemos definir em três ângulos.
a. Como todo o lugar onde Cristo se encontrasse – “Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós.”(Mt 12.28).
b. O reino de Deus está presente em todos que são verdadeiros seguidores de Cristo, vejamos os versos: Lc 17.21, onde Jesus declara que o reino de Deus está dentro do que foi regenerado “Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós”. Que este é o reino para onde fomos levados por Cristo, quando nos inclui no sua morte e ressureição - “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor,” (Cl 1.13), e que, agora, nossa cidadania está no céu – “Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo,”(Fl 3.20). Ilustração - Depoimento verídico! Um jovem cumpriu o seu dever prestando serviço ao exército e era ridicularizado por ser cristão. Um dia, o seu superior a fim de querer humilhá-lo na frente do pelotão lhe pregou uma peça...
- Soldado Coelho, venha até aqui! - Pois não Senhor.
- Segure essa chave. Agora vá até aquele jipe e o estacione ali na frente.
- Mas senhor, o senhor sabe perfeitamente que eu não sei dirigir.
- Soldado Coelho, eu não lhe perguntei nada. Vá até o jipe e faça o que eu lhe ordenei...
- Mas senhor, eu não sei dirigir!
- Então peça ajuda ao seu Deus. Mostre-nos que Ele existe.
O soldado não temendo, pegou a chave das mãos do seu superior e foi até o veículo. Entrou, sentou-se no banco do motorista e imediatamente começou sua oração.
"Senhor, tu sabes que eu não sei dirigir. Guie as minhas mãos e mostre a essas pessoas a sua fidelidade. Eu confio em Ti e sei que podes me ajudar. Amém"
O garoto, manobrou o veículo e estacionou perfeitamente como queria o seu superior.
Ao sair do veículo, viu todo o pelotão chorando e alguns de joelhos...
- O que houve gente? - perguntou o soldado.
- Nós queremos o teu Deus ,Coelho. Como fazemos para tê-lo? - respondeu o superior.
- Basta aceitá-lo como seu Senhor e Salvador. Mas porquê todos decidiram aceitar o meu Deus?
O superior pegou o soldado pela gola da camisa, caminhou com ele até o jipe enxugando suas lágrimas. Chegando lá, levantou o capô do veículo e o mesmo não tinha nem motor!
DEUS CUIDA DOS SEUS E NÃO PERMITE QUE NINGUÉM NOS HUMILHE.
SEJA VOCÊ TAMBÉM UMA SEMENTE DE JESUS E VOCÊ SEMPRE COLHERÁ O BEM !!!!
c. E que o governo definitivo ainda está para completar-se com a segunda vinda de Jesus Cristo à terra, quando os reinos deste mundo haverão de tornar-se “…de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.” (Ap 11.15). Quando teremos seu aspecto físico implantado - “Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça.” (2P2 3.13), e tudo estará definitivamente sob o governo de Cristo – “para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.” (Fl 2.10-11).

Se no Sermão do Monte Jesus descreve que essa é a descrição do crente, perceba com é diferente do incrédulo. E façamos a seguintes indagações:
 Já fazemos parte deste reino?
 Estamos sendo governados por Cristo?
 Ele já é nosso Rei e Senhor?
 Estamos manifestando as qualidades do Sermão do Monte?
- Somos felizes?
- Já estamos fartos?
- Obtivemos paz?
- O coração está limpo?
- Estamos exercendo misericórdia?
- Como vai nossa atitude mansa?
- Estamos sendo pacificadores?

O único homem realmente feliz é aquele que manifesta essas características, por ser deveras abençoado. Cada um examime a si mesmo.

Douglas Bataglião, 07/02/2010

sábado, 20 de fevereiro de 2010

AS RAZÕES DO HOMEM X AS RAZÕES DE DEUS

Jó 23: 1-7; 24: 1-17; 27: 1-6; (Deus fala) 38: 1-6, 24, 28-29, 32-33; 40: 1-2 (Jó se humilha) 40: 3-5 (mais uma vez Deus) 40: 6-9 (Jó conclui) 42: 1-6

Eu tenho insistido em casa com minha família e na igreja para que aprendamos a ter um coração grato a Deus. Por esta razão no final do ano fazemos um culto de passagem de ano onde buscamos agradecer ao Senhor por um ano que termina e já consagramos o ano que se inicia.
Costumo pensar que é dever de todos nós enxergar nossa insignificância e a necessidade que temos de depender de Deus para tudo em nossas vidas. Porém, como limitado que sou também tenho propensão a questionamentos sobre aquilo que não entendo.
Esta semana recebi a notícia mais triste deste ano que foi o falecimento de Ana Beatriz. Não sei absolutamente o que ainda me está reservado, mas desde o recebimento da notícia por misericórdia o Senhor falou-me por meio de Sua Palavra, porque muitas perguntas povoaram minha mente, muitas razões (se é que podemos ter alguma) e eu precisava e preciso manter uma fé lúcida, confiante, quase como a de Habacuque (Hc 3: 17-19).
Eu, como muitos de nós, tinha muitas razões para acreditar que Bia seria curada, que um grande milagre iria acontecer e muitos seriam alcançados pela salvação de Cristo Jesus por causa dele.
Eu também poderia pensar ao contemplar toda sujeira que nos rodeia neste mundo dominado pelo pecado, que há muitas outras pessoas que mereceriam a morte ao invés de Bia. Foi então que a voz de Deus soou mais forte em minha mente e Ele me levou a revisitar a vida de Jó que também foi um grande questionador.
Jó, inicialmente, foi alguém que se mostrou muito dedicado e agradecido a Deus. Socialmente e religiosamente não havia o que se falar a seu respeito. Mas enganoso é o coração, quem o conhecerá (Jr 17: 9).
Um dos grandes perigos que rondam a vida de quem experimenta o conhecimento do Evangelho, e mesmo passa pela experiência da regeneração, é o de começar a se ver como merecedor da salvação, melhor do que outras pessoas, principalmente daquelas que ainda não a experimentaram e então sucumbir diante da justiça própria.
Jó passou por tudo isso, enfrentou um grande sofrimento e se comparou com quem estava a sua volta a ponto de se justificar e questionar as atitudes de Deus. Esta semana o Senhor me deu o livramento disso pela própria experiência de Jó.
Quando imaginamos ter algum argumento diante de Deus é importante refletirmos sobre as nossas limitações. Ninguém, nem mesmo os ímpios, são desculpáveis diante de Deus que revela Sua grandeza diariamente pela natureza (Rm 1: 18-20).
O Senhor, conhecendo a limitação de Jó, lhe respondeu e essa resposta está registrada na Palavra eterna para que todos tenham a oportunidade de se auto-analisar e reconhecê-Lo em todos os seus caminhos.
Ainda tenho dificuldade de entender o que se passou com Bia, eu orava constantemente por sua cura e pela força necessária nas vidas de Neilson e Suze, mesmo não sendo tão próximo. Mas também não consigo entender o amor de Deus por nós que levou Cristo à cruz, a se sacrificar por pessoas que sequer pensam em Deus e ao invés disso se entregam à luxúria, depravação, mentira, ódio, vícios, amargura, descaso, etc.
A Bíblia afirma que não subiu ao coração do homem o que Deus preparou para os que O amam (I Co 2: 9).
Não sei a repercussão da vida de Bia na de todos os que tiveram o privilégio de em algum momento conhecê-la, mas eu creio profundamente que os pensamentos de Deus não são iguais aos meus pensamentos, que Sua vontade é boa, perfeita e agradável, e que nada ficará encoberto porque a luz tudo manifesta. De algum modo a luz de Cristo Jesus brilhou em Bia e mudou relacionamentos, rumos, conceitos, atitudes, em resumo, a vida de muitos.
Nós ainda podemos fazer escolhas e a maior e melhor é entregar nossa vida a Cristo Jesus, crendo do milagre da cruz, misturando fé ao ouvir a Palavra de Deus.
Que Deus nos abençoe!
Pr. Luciano M. Bastos,21/02/2010

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

" ESSE ALEGRAR-SE-Á VENDO O PRUMO NA MÃO DE ZOROBABEL"

Zacarias 4:10

Coisas pequenas marcaram o início da obra na mão de ZOROBABEL. Mas ninguém poderia desprezar os humildes começos, pois o Senhor havia levantado alguém que haveria de perseverar, até que a pedra angular estivesse pronta para ser trazida com um grito de vitória. Neste fato existe consolação para todo crente no Senhor Jesus. A obra da graça pode ser muito humilde em seu começo, mas o prumo está em boas mãos.

Um Construtor maior que Salomão assumiu o empreendimento de construção do templo celestial, e Ele não cessará até que o pináculo do templo esteja completo. Se o prumo estivesse na mão de qualquer ser humano, poderíamos nos preocupar com a edificação. Todavia, o desejo do Senhor será realizado pela mão de Jesus. Se as paredes tivessem sido construídas apressadamente, sem o planejamento e a supervisão adequados, elas teriam sido desviadas da linha reta. Mas o prumo utilizado foi utilizado pelo Supervisor Celestial. O Senhor Jesus está sempre supervisionando a construção de seu templo espiritual, para que ele seja construído com segurança e exatidão.

Nós gostamos de resultados instantâneos, mas Jesus prefere utilizar julgamentos criteriosos. Ele usará o prumo, e aquilo que está fora de linha
tem de ser derrubado. Isto é o que causa a ruina de muitas obras de bajulação e de muitos testemunhos brilhantes. Não é nossa responsabilidade julgar a Igreja do Senhor, visto que Jesus tem uma mão firme olhos verdadeiros, sendo capaz de usar bem o prumo. Devemos alegrarmo-nos porque o juízo foi entregue a Ele. O prumo está na mão do construtor. Isto nos dá a indicação segura de que Ele tenciona levar a obra até ao seu término.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A BEM AVENTURANÇAS IV

“E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos; E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:
Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;
Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.” (Mt5:1-11)

Há várias teorias que tentam explicar o sermão do monte.
Para alguns estudiosos o sermão do monte é um ‘evangelho' exclusivo do reino de Jesus.

Outros compreendem que o sermão apresenta princípios éticos e morais pertinentes ao reino do Messias. Geralmente fazem um comparativo entre a degradação moral do gênero humano e os princípios anunciados no sermão.

Diante das análises e de algumas contradições, ficam as questões: O sermão do monte é um conjunto de normas e princípios de cunho ético e moral? É um estatuto do reino de Cristo? Basta praticar o que Jesus anunciou e o homem terá direito ao reino dos céus?

Para compreendermos a mensagem de Jesus, é necessário observarmos alguns versículos do Antigo Testamento e a dinâmica do aprendizado da Escritura naquela época. Dentre vários versículo destacamos:

“Bem-aventurado tu, ó Israel! Quem é como tu? Um povo salvo pelo SENHOR, o escudo do teu socorro, e a espada da tua majestade; por isso os teus inimigos te serão sujeitos, e tu pisarás sobre as suas alturas” Dt 33: 29;

“Provai, e vede que o SENHOR é bom; bem-aventurado o homem que nele confia” Sl 65: 4;

“Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes, e fazes chegar a ti, para que habite em teus átrios” Sl 34: 8;

“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados” Sl 84: 5.

Sobre a dinâmica do aprendizado do povo judeu, destacamos:

Vários livros do Antigo Testamento fazem referência à bem-aventurança. Dentre eles o livro de Provérbios e o livro dos Salmos são os que mais fazem referências as bem-aventuranças. Estes livros do Antigo Testamento eram lidos constantemente nas sinagogas, e mesmo aqueles que não sabiam ler conheciam de cor algumas das citações, entre elas as que envolviam a idéia da bem-aventurança.

É importante lembrar que naquela época um livro era caríssimo, e o povo não tinha acesso ou não sabiam ler, o que fortalecia a necessidade de memorizar o que era lido. Eles dependiam da leitura no templo para ouvirem trechos da lei, dos profetas e dos cânticos. O livro de Provérbios e os Cânticos dos Salmos auxiliavam em muito no processo de memorização.

Outra característica dos textos que fazem referência a bem-aventurança é a conexão com o nome do Deus de Israel.

No Antigo Testamento a idéia da bem-aventurança decorre do favor de Deus para com os homens. Um mestre sempre se assentava para ensinar e Jesus assentou sobre o monte cercado pelos seus discípulos e pela multidão. A multidão ao ver que Jesus se assentou, cercou-lhe ansiosa para ouvir o discurso. Jesus havia percorrido toda a Galiléia curando os enfermos, ensinando nas sinagogas e pregando o evangelho. A noticia de suas ações percorria todas as cidades. Uma grande multidão vinda de várias cidades o seguia Mt 4: 25. “Vendo Jesus a grande multidão subiu a um monte e assentou-se” Mt 5: 1; os seus discípulos aproximaram-se e ele passou a ensiná-los!

Há muito tempo que o povo ouvia falar das bem-aventuranças prometidas nas escrituras, mas a situação era de opressão e miséria. A fama de Jesus havia criado uma expectativa na multidão, e quando Jesus falou sobre a bem-aventurança, materializou-se a esperança dos ouvintes. Anos após anos os pais anunciavam aos filhos uma época de alegria plena, mais ainda não tinham experimentado da alegria prometida por Deus. O sermão do monte iniciou-se com uma mensagem de alegria a um povo oprimido e sem esperança. Jesus apresenta uma esperança viva, porém, o discurso endurece logo em seguida. O povo esperava refrigério e segurança nesta vida. Esperavam um Messias que os libertasse da escravidão política.

Qual mensagem Jesus transmitiu ao povo no sermão do monte? Sobre que alegria Jesus falou? Que esperança foi transmitida? A alegria prometida dependia do cumprimento de mais normas e regras? – Não, mas de ser “destituído de sí mesmo” – “pobre de espírito”, ou “novo nascido”

Precisamos conhecer um pouco mais sobre este importante sermão!
Douglas Bataglião (adaptado de Claudio Crispin )