terça-feira, 13 de setembro de 2011

Façamos um nome

de Dorian Anderson Soutto


Edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo cume toque no céu, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra. Gênesis 11:4
Quando eu trabalhava com artes gráficas o que mais se ouvia era: "Um nome é tudo!". E desde que me conheço por gente sempre me preocupei com o meu nome, o que as pessoas iriam pensar, ou o que fazer para que meu nome sobressaísse sobre os outros nomes. Na roda de amigos eu tinha que fazer alguma gracinha, ou comentar algum assunto que atraísse a atenção para mim. Tinha que usar roupa da moda, falar a gíria do momento, saber o que se passava na TV e ouvir as músicas que estouravam nas paradas.
Vejo isto hoje em minhas filhas. Parece que estão em constante disputa, e quando chegam as amiguinhas não é diferente; disputa-se até quem é mais amiga de quem. Em visita a um casal de amigos, eles me apresentaram a netinha de 2 anos de idade. A avó dizia: "mostra o barrigão para o tio", e aquela jóia linda levantava a camiseta e falava 'baigão', e estufava a barriguinha. Com isso aprendo a lição que para ela o 'baigão' era sinônimo de status, embora ela nem saiba o que é isto.
Não precisa estudar muito para descobrir que por natureza gostamos de aparecer. Até a timidez é uma forma de chamar a atenção, pois uma pessoa tímida se destaca das outras.
Também podemos observar isto nas discussões em grupos. Quando duas pessoas estão discutindo e as outras olhando, nenhuma das duas quer "perder". Vejo isto em mim mesmo e nas pessoas de meu convívio. Minha mãe discute com meu pai se a aventura do carro que-brado foi em 1970 ou 1968. Meus amigos de trabalho discutem se o jogador tal foi do time tal no ano tal. Vou jantar na casa de um casal e vejo discutirem se foi a tia Maria ou a Tia Virgínia que quebrou o braço em 1995; e assim vai...
Por coisas tão irrelevantes discutimos, e tudo isto pode estar escondendo apenas o fato de querermos aparecer. E pior que isto é que por trás pode existir um sussurro em nossos ouvidos dizendo: "Façamos um nome".
Mas o que importa é que isto agora acabou, ou deveria ter acabado, pois a bíblia é clara neste aspecto - Jesus com o Seu precioso sangue nos resgatou da nossa vã maneira de viver, que por tradição recebemos dos nossos pais (1Pe 1.18). A palavra "vã" quer dizer sem valor, não serve para nada. Deus olha dos céus e nos vê vivendo de uma forma que não tem sentido, como um cachorro correndo atrás do rabo. E o pior é que aprendemos isto de nossos pais, ou seja, tradicionalismo puro.
Somos ensinados que vence quem se destacar mais - e levamos isto para as nossas igrejas: vale quem canta melhor, quem toca melhor, quem prega melhor, quem ora melhor, quem se comporta melhor...
Aos nossos olhos isto tem peso de glória. Mas se colocarmos na balança de Deus, não terá peso algum - Pesado foste na balança, e foste achado em falta (Dn 5:27).
O sussurro em nossos ouvidos continua: "Façamos um nome!"
Quando O noivo nos convida para o reino, devemos nos assentar nos últimos lugares, ficar lá embaixo mesmo, e Ele pessoalmente vem e diz: "Amigo, sobe mais para cima!" – Porque todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado (Lc 14:10,11).
Gosto de imaginar a cena, você sentado ali sem se preocupar com posições, pois a festa é do noivo e ele é quem deve aparecer. E de repente você escuta:
- Hei! Psiu! Você olha e vê o Mestre com um sorriso e a mão estendida.
- Amigo vem! Quero você mais próximo de mim. E você vai, sem se preocupar com posição. O que importa é que o Mestre lhe conhece, e Ele lhe chamou e lhe colocou ali. Ele sabe o que faz, a festa é dEle.
Mas infelizmente não é o que meus olhos têm visto... Pessoas têm feito do evangelho uma cadeira nos primeiros lugares. Vale tudo! Desde falar em línguas estranhas, até profetizar o besteirol do dia. O que importa é ser conhecido e ter o reconhecimento, ser uma pessoa de nome e renome.
A igreja perdeu seu sentido, deixou de ser um lugar onde temos tudo em comum, onde Deus é o elo que nos liga, o centro de todas as coisas - passou a ser um lugar onde se faz um nome.
Não consigo entender quando sabemos que devemos diminuir para que Ele apareça e vemos CDS intitulados "evangélicos" onde a capa é um verdadeiro Book, com fotos de todos os ângulos do cantor ou cantora. Você já se perguntou o por que da foto? Não teria por trás disto um sussurro: "Façamos um nome!"?
Pastores são conhecidos não pelo amor que exercem para com o próximo, mas pelo tamanho de suas igrejas, pelo número de membros ou por ter um programa no rádio ou na televisão. Igrejas são conhecidas, não por cair na graça do povo, mas pelos seus excelentes músicos, por suas fórmulas de ganhar dinheiro, ou ainda pelos seus "sinais e prodígios".
Ouve-se: "Façamos um nome!". Vamos! Façamos um nome! Construiremos uma torre, seremos vistos e conhecidos por todos. Novamente o homem está construindo a torre - a torre da fama, do ego e do orgulho. Basta levantar os olhos e ver a confusão em que se encontra o cristianismo hoje. Babel está de volta!
Quero ser conhecido sim, mas pelo meu Senhor... Ele está voltando novamente e colocará esta torre no chão, e quando Ele chegar sei que me reconhecerá, não por ver minha foto no jornal ou na capa da revista; não por ter gravado milhares de Cds; mas como amigo íntimo, cooperador de seu projeto, ministro de sua graça. Reconhecerei a voz do meu Mestre dizendo: - Vinde, bendito de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me.
Quando você escutar novamente a voz "façamos um nome", responda com autoridade:
- Somente um nome deve ser exaltado! Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira, e lhe deu o nome que é sobre todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. Este é o nome! Aleluia!
Acorda tu que dormes, pois o que é mais terrível em tudo isto é que por mais conhecido que alguém possa ser aqui neste mundo, não o impedirá de ouvir do próprio Cristo abertamente: "NÃO VOS CONHEÇO!"
Que ao nascer do sol até o lugar onde ele se põe, o nome do Senhor seja exaltado. Sobre todos os nomes. Não nos alegremos pelo nosso nome ser exaltado aqui na terra, mas por tê-lo no livro da vida; E Eu confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. (Ap 3:5)
Louvado seja o nome de Deus!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

CRISTO É DEUS ACIMA DE TODAS AS COISAS

M. Tapernoux
(Romanos 9:5)

O tema das glórias de Cristo é muito animador, porque desvia nossos pen-samentos de nós mesmos para engajá-los na excelência daquele que, por toda a eternidade, será o único objeto de nosso louvor e adoração. A alegria que a alma deriva de sua contemplação é, portanto, um antegozo do céu. Vemos Jesus, e este olhar nos transforma "de glória em glória na mesma imagem" (Hebreus 2:9, 2 Coríntios 3:18). Para o crente, é um meio poderoso para "ganhar a Cristo" (Filipenses 3:8) e para alcançar a meta proposta de João Batista: "Ele deve crescer e que eu diminua" (João 3.30). "Não eu, mas Cristo vive em mim", disse o apóstolo Paulo (Gálatas 2.20).
Este assunto é tão vasto que só vamos apresentar alguns pensamentos, espero que este estudo nos ajude a crescer no conhecimento de nosso Senhor e Salvador, e para provar a excelência desse conhecimento, “... para em todas as coisas ter a primazia" (Colossenses 1.18).
Quando o Espírito revela a glória de Cristo na Palavra, várias vezes usa a frase "tudo". Estas palavras cada vez fazem ressaltar o esplendor incompará-vel de Sua glória, seja a existência eterna do Filho de Deus, Seu poder criati-vo, sua manifestação na carne, de sua obediência, sua relação com a sua Igreja, ou de Seu Senhorio presente e futuro. Nas manifestações de suas diversas glórias, aparece como o "Cristo que é Deus sobre todos, bendito para sempre" em sua pessoa adorável, como é em si mesmo desde a eternidade, Deus o Filho, agora e para sempre digno de todo o nosso amor e toda nossa adoração. "Tu és digno... O Cordeiro que foi morto é digno "(Apocalipse 5:9-12).
Nós consideramos as suas glórias de três diferentes pontos de vista, como afirmado no passado, no presente, ou futuro. No passado, o que se destaca é o poder do Filho de Deus, no presente brilha sua graça, e no futuro será manifestada sua supremacia.
1) No passado - As passagens que revelam as glórias de Cristo no passado em relação a todas as coisas se referem a duas classes diferentes de fatos: a criação e redenção. A divindade de Cristo brilha em um como em outro, com um brilho incomparável.
Tanto a epístola aos Colossenses, como aos Hebreus insistem no poder criativo de Cristo para demonstrar a sua superioridade absoluta sobre os anjos. Enquanto os anjos são apenas criaturas, "espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação" (Hebreus 1.14), Cristo é o Criador, "o primogênito de toda a criação" (Colossenses 1: 15). "Porque nele foram criadas todas as coisas que estão nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades: tudo foi criado por meio dele e para ele. E ele é antes de todas as coisas" (Colossenses 1.16-17). Em Hebreus 1.2 está escrito em poucas palavras: "Pelo qual também Ele (Deus) fez o universo." O universo como um todo, até mesmo seres invisíveis, foram chamados à existência pelo poder criativo do Filho de Deus, agindo em perfeita harmonia com o Seu Pai (Provérbios 8.27-31, Apocalipse 4.11). "Ele falou, e tudo foi feito, ele ordenou, e tudo" (Salmo 33:9).
Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, mas Ele, Jesus, não só tem o poder criativo, mas também as coisas criadas são sua propriedade. Pela queda de Adão, toda a criação foi colocada sob as conseqüências do pecado e "sujeita à vaidade" (Romanos 8.20). O senhorio de Cristo sobre todas as coisas será mostrado somente depois da execução do juízo, que fará com que todo joelho se dobre diante Dele e toda língua confesse que ele é o Senhor para a glória de Deus Pai (Filipenses 2:10-11).
"Ele é antes de todas as coisas." Esta afirmação da Escritura, enquanto afirma a preexistência de Cristo, realça a sua glória divina como Criador. Para que Ele pudesse criar, era necessário que Ele existisse antes de todas as coisas que criou. Mas mais do que sua pré-existência, ela revela sua existência eterna, atributo exclusivo da Divindade: Antes havia uma coisa, o eterno "eu sou" - "Antes que Abraão existisse, eu sou" (João 8.58). O princípio do evangelho de João revela a existência eterna e poder criativo de Cristo, "a Palavra" divina. "No princípio era o Verbo" (1.1), e, em seguida, no versículo 3: "Todas as coisas foram feitas por intermédio dele e sem ele nada do que foi feito se fez". O apóstolo Paulo escreveu aos Coríntios: "Para nós ... só ... um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas e nós por Ele" (1 Coríntios 8:6), o que significa que Ele é o Criador do mundo, e para nós, é o Criador nosso e nosso Redentor.
No entanto, a glória de Cristo adquiridos no passado pela obra da redenção, excede na medida em que O tem como Criador. De fato, uma palavra foi suficiente para criar mundos e trazer seres à existência, e também para levar a cabo a redenção "Por isso mesmo, convinha que em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote das coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo" (Hebreus 2.17). Ele teve que se tornar um homem, para sofrer e morrer para salvar os pecadores. O termo "todos" traz a completa identificação de Cristo com o homem e sua submissão voluntária a toda a servidão da condição humana. No entanto, ele nunca abandonou as perfeições morais associadas com a Sua divindade. Glorioso e "Evidentemente grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne, foi justificado em Espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória" (1 Timóteo 3:16).
Durante o curso da sua vida na terra, Cristo passou por testes que também os seus estão expostos em um mundo governado por Satanás. Sofreu por causa da maldade e hostilidade dos homens. Ele foi testado na sua capacidade como homem obediente e teve que passar pelas mais terríveis circunstâncias. Então foi "tentado como nós, mas sem pecado" (Hebreus 4.15). Para que possa compadecer-se das nossas fraquezas, como nosso Sumo Sacerdote. Apesar de ser um homem ressuscitado e glorificado, foi um homem em todos os sentidos aqui na terra, mas nunca se esqueceu o que ele encontrou em sua caminhada aqui. Além disso, seu coração está cheio de sentimentos para com os seus, que ainda enfrentam dificuldades, lutas, doenças, tristezas e perigos na estrada.
No final de sua carreira na terra, Cristo ainda teve que enfrentar a cruz e o sofrimento não só dos homens, mas também de Deus que o abandonou quando, carregado com nossos pecados se tornou pecado por nós. Tomou nosso lugar e do julgamento que merecíamos. Para realizar tal trabalho, tinha que ser o homem e Deus. "Porque aprouve a Deus que nele residisse toda a plenitude, e por ele reconciliar todas as coisas, se as coisas na terra ou no céu" (Colossenses 1.19-20). No homem, Cristo, toda a plenitude da Divindade habitava corporalmente (2:9). Em Cristo homem, Deus teve o prazer de reconciliar todas as coisas, tanto as terrestres como as celestes, fazendo por meio Dele, a paz pelo sangue da sua cruz. Toda a criação, manchada pelo pecado, estava separada de Deus para sempre. No entanto, Deus em Sua grande misericórdia, quis reconciliar e restaurar assim a relação eles antes que pecado destruísse tudo. A única base dessa reconciliação é o sangue de Cristo derramado na cruz pelo qual Deus fez a paz. Para os crentes, a reconciliação é um fato consumado, enquanto no que diz respeito às coisas criadas ainda é fato para o futuro. Os cristãos desfrutam seus resultados deste agora: "Agora vos reconciliou no seu corpo carnal pela morte" (Colossenses 1.21-22). Eles foram trazidos para perto de Deus, a quem eles chamam de Pai, eles tem o Espírito de adoção. Eles gozam dos resultados desta relação preciosa, esperando para serem apresentados como: "santos e imaculados e irrepreensíveis diante dele" (v.22), fruto supremo, desta gloriosa reconciliação.
Como todas as coisas, terrenas e celestiais, serão totalmente libertos do poder e da presença do mal apenas no estado eterno, quando Deus criar "novos céus e nova terra, onde habita a justiça" (2 Pedro 3:13) . Então, tudo será purificado por Deus de acordo com o valor total do sacrifício de Cristo. Verdadeiramente, "o Pai ama o Filho e entregou todas as coisas na sua mão" (João 3.35, 13:3), todas as coisas relativas à salvação dos pecadores, para cumprir seu plano de graça e para a execução das suas decisões tempo fixado por Ele.
O próprio Cristo declarou: "Todas as coisas me foram entregues por meu Pai" (Mateus 11.27, Lucas 10:22), e depois de sua ressurreição: "Toda a autoridade foi-me dada no céu e na terra" (Mateus 28 18). Que glória! Mas também é um privilégio para nós, pela fé, antecipar o dia em que a glória de nosso Divino Salvador será revelada em toda sua glória diante dos céus e da terra!
2) No Presente – O poder criativo do Filho de Deus foi expresso através da palavra que trouxe todas as coisas à existência. No entanto, o mesmo poder assegura a continuidade e preservação da ordem que impede que todas as coisas se afundem em confusão.
)
"Nele tudo subsiste... Sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder "(Colossenses 1.17, Hebreus 1:3). Sem ele, toda a criação voltaria para o caos, ela não seria capaz de sobreviver por si só. Este poder divino de Cristo não pode, portanto, deixar de se desdobrar ao longo do universo. Não há evidência que sua atividade tenha diminuído desde a criação de mundos. Mesmo quando ele veio a terra como uma criança, envolto em uma manjedoura, ou quando ele foi pregado na cruz e colocado no sepulcro, continuava a sustentar "todas as coisas por sua palavra poderosa."
Quando ainda estava conosco, mostrou os efeitos desse poder em muitas ocasiões: como quando repreendeu o vento e as ondas e as acalmou (Marcos 4.39, Lucas 8.24), ou quando encheu de peixes as redes dos discípulos (Lucas 5.4-6, João 21.06), ou quando secou a figueira em um instante (Mateus 21:19). O dia virá, em que com a mesma palavra do Seu poder, o Filho o fará "passar" a primeira criação (Apocalipse 21.1) e a substituirá por um novo céu e nova terra, como está declarado no versículo 5: "Eis que faço novas todas as coisas."
Outra glória atual de Cristo vem da supremacia que Deus lhe concedeu sobre todas as coisas, pela Sua humilhação e obediência até à morte na cruz. Esta posição gloriosa é confirmada em muitas passagens da Escritura, incluindo em Efésios 1.20-23: "E (Deus) o fez sentar à sua direita nos lugares celestiais, muito acima de todo poder e autoridade, poder e domínio, e acima de tudo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no próximo, e colocar todas as coisas debaixo de seus pés e lhe deu o cabeça sobre todas as coisas para a igreja que é o Seu corpo, a plenitude d'Aquele que preenche tudo em todos." Na posição que o Pai lhe deu, Cristo não está sozinho, mas a Igreja está associada a Ele para compartilhar toda a glória que Lhe pertence, como homem obediente e vitorioso.
Deus "deu" Cristo para a Igreja que é Seu Corpo. Este dom é a maior prova do amor de Deus para a Igreja, teria algo mais precioso para o Pai do que seu próprio Filho amado? E não é só isso, mas Cristo foi dado à Igreja como "o cabeça sobre todas as coisas" para com Ele formar um só corpo (1 Coríntios 12.12), sendo ela "a plenitude d'Aquele que preenche tudo em todos". Cristo é a cabeça com o qual a Igreja é uma unidade vital no Espírito Santo. É a Ele associada, como "o cabeça sobre todas as coisas." E nela Cristo é exaltado, a Cabeça sobre todas as coisas, e Chefe de seu corpo, que é a Igreja. Essa glória que só a fé pode discernir hoje resplandecerá Dante dos olhos de todo o universo, quando Cristo voltar para reivindicar todos os direitos sobre da sua herança.
3) No futuro – Como vimos anteriormente, a glória de Cristo em relação a "todas as coisas" sobre o domínio universal será concedida por Deus, a Jesus, como resultado de sua humilhação voluntária e sacrifício na cruz. Estes direitos já pertencem a ele, mas serão exercidos somente após a execução do estabelecimento do seu reino, "Deus ... nos falou por seu Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas ... Todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Para a submeter todas as coisas, nada deixou que não está sujeito a ele, mas ainda não vemos todas as coisas lhe estejam sujeitas"(Hebreus 1.1-2, 2.8).
O título do herdeiro de todas as coisas que Deus deu ao Filho, envolvendo sua encarnação, morte, ressurreição e glorificação. Na verdade, só depois que Jesus cumprisse a obra da cruz, Deus poderia colocar todas as coisas debaixo de seus pés. Porque assumiu a semelhança de homens e humilhou-se e tornou-se obediente até a morte na cruz, Deus "o exaltou soberanamente e lhe deu um nome acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão no céu e na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai "(Filipenses 2.6-11).
Deus, ao Filho disse: "Pede, e eu te darei as nações a sua herança, sua posse os confins da terra" (Salmo 2.8). Cristo foi constituído herdeiro de todas as coisas, que é o universo, que inclui pessoas e coisas, como Filho -"Para a submeter todas as coisas, nada deixou que não está sujeito a isso." Deus revelou a nós e "o mistério da sua vontade de acordo com seu beneplácito, que ele intentou em si mesmo, para unir todas as coisas em Cristo, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão no céu, como que estão na terra"(Efésios 1.9-10). Esta passagem confirma que, quando concluída a sucessão de momentos diferentes e vier "a plenitude dos tempos", Cristo vai governar não só a terra, mas também dominar sobre todas as coisas no céu.
Certamente "ainda não vemos todas as coisas sujeitas a ele", mas no momento em que o Filho tomar posse desse legado glorioso que ainda está por vir, quando Ele vier em Seu reino. Mas agora, pela fé podemos contemplá-Lo à direita de Deus, coroado de glória e honra, e descansar na declaração divina, muitas vezes repetida: "Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés" (1 Coríntios 15.27, Efésios 1.22, Hebreus 2.8).
Quão precioso é o nosso privilégio de contemplar as glórias de Cristo! Esta contemplação fortalece a nossa afeição pelo Amado, anima a nossa comunhão com Ele que enfim nos leva a ficar perto Dele nos lugares celestiais. Nossos corações cheios por esta verdade gloriosa têm um desejo ardente de vê-Lo face a face, para prestar homenagem e adoração sem nenhuma imperfeição. Mas as afeições santas produzidas por esta contemplação também têm efeitos práticos no nosso caminho: um zelo maior no serviço ao Senhor, um testemunho vivo, uma esperança mais realista de sua vinda, a vigilância em relação ao mal e a firmeza no fazer o bem. “Deixe-nos ser concedida a graça de olhar mais e mais a glória de "Cristo que é Deus sobre todos, bendito para sempre", de modo a ser "transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor "(2 Coríntios 3.18), esperando o dia quando seremos perfeitamente semelhante a Ele!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O Tempora, O Mores: É Sempre uma Falta de Amor Criticar e Julgar?

O Tempora, O Mores: É Sempre uma Falta de Amor Criticar e Julgar?: "Tornou-se comum evangélicos acusarem de falta de amor outros evangélicos que tomam posicionamentos firmes em questões éticas, doutrinárias ..."

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Centralidade e Supremacia de Cristo

“Este assunto ocupa integralmente não só o tempo presente, mas também o resto das nossas vidas”

Colossenses 1.9-29.

A cláusula no versículo 13 de Colossenses 1 representa amplamente o que há em meu coração durante este tempo: o Filho do seu amor 1. Disso resulta a posição que Cristo ocupa conforme a vontade do Pai: Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas nele subsistem, e em todas as coisas tem a preeminência: pelo qual Cristo em vós, (é) a esperança da glória.
Podemos sintetizar tudo isto na frase: A centralidade e supremacia do Senhor Jesus Cristo, e nisso ocupar integralmente não só o tempo presente, mas também o resto das nossas vidas.
A palavra de Deus traz para a vista quatro esferas em que esse pensamento e propósito de Deus concernente ao Filho do seu amor serão compreendidos. Há a esfera da própria vida individual do crente; em segundo termo, a esfera da igreja que é o seu Corpo; no terceiro lugar, a esfera do reino deste mundo, as nações da terra; e em quarto lugar, Ele como o ser central e supremo no universo inteiro, o céu e a terra e o que está debaixo da terra.
Nós não seremos capazes, neste tempo, de alcançar todas essas esferas e ver o que a palavra de Deus tem a dizer sobre o Senhor Jesus em relação a elas, mas o Senhor nos capacitará pelo menos no conhecimento de uma ou duas delas. Mas antes, recordo-lhes isto:

A centralidade e supremacia do Senhor Jesus são o eixo e a chave de toda a Escritura

Naturalmente, o próprio Senhor Jesus nos diz isso em Lucas 24. Ali o encontramos citando a Moisés, os Salmos, e todos os profetas, e o que diz concernente a Ele.
Em qualquer lugar que lermos a palavra de Deus, a interrogação que sempre deve estar em nossas mentes é: “O que isto tem haver com Cristo?”. Se você trouxer essa pergunta à sua leitura da palavra de Deus, em qualquer lugar que você ler (e isto não é dito sem entendimento) conseguirá uma nova compreensão da Palavra, você achará um novo valor em sua leitura, porque as Escrituras –todas as Escrituras– falam Dele. Ainda que você às vezes possa ter dificuldades esquadrinhando, ainda Ele está ali. O propósito final de todas as partes da palavra de Deus é nos remeter a Cristo.
Você não deve ler a palavra de Deus como história, narração, profecia, ou como só um tema em si mesmo sem se fazer sempre a pergunta: “O que isto tem haver com Cristo?”, e até que possa achar essa relação com Cristo, você não encontrou a chave. Você provavelmente estará pensando em certas porções difíceis da Escritura. Pensará provavelmente no livro de Provérbios, e dirá: “Que relação há aqui com Cristo?”. Uma simples sugestão iluminará esse livro em seguida: Em qualquer lugar que você leu a palavra Sabedoria, ponha a ‘Cristo’ no lugar de ‘Sabedoria’. Você transformou o livro e captou a sua essência, e isso é totalmente legítimo, apropriado, correto, e a leitura o demonstrará. Ele é a Sabedoria de Deus, o Logotipos eterno. Bom, bem rapidamente mencionamos isto, porque o que nós temos que ver é a centralidade e universalidade do Senhor Jesus, e ele está, pela vontade divina, no centro de tudo no universo, de cada fase e cada aspecto, e ele é sua explicação.

Também é a explicação da Encarnação

Isto não só é verdadeiro a respeito das Escrituras, mas também o é também em relação ao objeto e explicação de sua própria encarnação. Quando você está estudando a pessoa, a vida e a obra do Senhor Jesus, deve haver uma busca divina em seu coração, e essa busca deve apontar para os traços que sugerem a sua universalidade. Ao aproximar-se de novo à leitura da vida do Senhor Jesus com este pensamento, você não irá querer um simples estudo utilitário da Bíblia, mas verá que o seu horizonte se amplia e aumenta o seu próprio coração, lhe fazendo sentir a maravilha de Cristo.
Procurando esses traços de sua universalidade, não terá que ir muito longe para encontrá-los. Eles podem remontar-se às profecias sobre a sua encarnação ou pode achá-los na anunciação; podem estar nas palavras do seu precursor ou em seu nascimento, com todas as suas associações e incidentes. O universo está ali. Também estão esses traços em sua circuncisão. Na luz do resto das Escrituras (que são agora nossas no Novo Testamento) você encontrará que há traços universais inclusive em sua circuncisão, ou em sua apresentação no templo. Também estão em sua visita a Jerusalém, em seu batismo, sua unção, sua tentação, seu ensino, suas obras, sua Transfiguração, sua paixão, sua morte, sua ressurreição, sua ascensão, seu envio do Espírito, sua atividade presente, e sua segunda vinda. O que é universal está à vista. Cada uma destas coisas está marcada pelos traços universais, que se estendem até os mesmos limites do universo e abraçam todas as eras, as eternidades e todos os reinos. Este não é para nos um terreno desconhecido, mas o reiteramos para refrescar em nossa mente a maneira em que devemos considerar o Senhor Jesus.
Não estamos tentando fazê-lo maior do que ele é, mas sim entender as suas dimensões reais; e a necessidade do povo de Deus é ter uma nova apreensão da grandeza do seu Cristo, uma nova apreciação do amado Filho de Deus –e quão poderoso, majestoso, glorioso, e maravilhoso Filho ele é– e então recordar que o Filho foi dado. Isto nos fortalecerá, nos dará crescimento, e fará grandes coisas em nosso caminhar.
A centralidade e supremacia de Cristo na vida do crente

Vindo agora às aplicações mais específicas desta universalidade, às esferas da sua centralidade e supremacia já mencionadas, consideremos primeiro a sua centralidade e supremacia na vida do crente. Permite-nos olhar de novo esta palavra: «Cristo em vós, a esperança de glória». Você notará no contexto que o primeiro capítulo da carta aos Colossenses nos leva em seguida à mente e ao coração de Deus antes que o mundo existisse, e nos mostra o que está passando na mente e no coração do Pai em relação ao Seu Filho.
Isto é chamado o mistério, quer dizer, o segredo divino. É impressionante ver que antes que qualquer atividade criativa iniciasse, Deus já entesourava um segredo em seu coração. O Pai tinha um segredo, algo que ele não tinha mostrado a ninguém, nem dito a ninguém; um segredo acariciado, relacionado com o seu Filho. Fora do segredo do seu coração, que envolvia o seu Filho, em cada atividade sua através das gerações, ele estava ocupado de muitas formas, trabalhando com o seu segredo, envolvendo-o nessas muitas atividades, nessas muitas formas e maneiras de sua auto-expressão. Nunca o revelando, nunca proclamando o que estava em seu coração apesar das suas muitas palavras, mas escondendo-o, ocultando-o dentro de símbolos e tipos e muitas coisas. Todas elas envolveram um segredo, «o mistério».
Então à distância, na consumação, no final destes tempos, Deus enviou a seu Filho, o Filho do seu amor. Então, pela revelação do Espírito Santo, ele se agradou em dar a conhecer o mistério, em descobrir o segredo. E o primeiro capítulo da carta aos Colossenses assinala o ato incomparável, sem comparação, de tirar o véu do segredo do coração de Deus sobre o Filho do seu amor.
Leia-o de novo, cada fragmento: esse era o segredo de Deus. Tudo se resume nisto: “Para que em tudo tenha a preeminência”. Em todas as coisas; e então – e isto me maravilha; é algo que vai além do nosso entendimento– tudo isso, o segredo do coração eterno de Deus em sua poderosa manifestação, era ter a sua realização dentro do coração individual de um crente. E assim é até os nossos dias.
Este mistério é: Cristo em vós, a esperança de glória. Este segredo de Deus, o que Deus teve em seu coração desde a eternidade é: Cristo em vós. Quero enfatizá-lo uma vez mais.
Este segredo estava no coração de Deus desde a eternidade, para ser posto a seu tempo em nossos corações. O que estava na mente de Deus desde antes da fundação do mundo, tem o seu começo na recepção de Cristo no coração do crente individual mediante a fé.
Mas este não é o fim, é só o princípio. O que seguirá será a igreja, que é Seu corpo. Isto foi previsto e está completo no pensamento eterno, mas seguirá com a recepção de Cristo pelos crentes individuais.
Mas a igreja que é o Seu corpo também não é o fim. Será o centro de outra esfera: os reinos deste mundo, as nações que caminharão em sua luz. E então de novo, esse não será o fim, mas se estenderá para o universo inteiro. Não somente a humanidade glorificada, mas também os exércitos celestiais andarão em sua luz.

T. Austin-Sparks - Publicação: 06/10/2010 www.celebrandoadeus.com.br

quinta-feira, 31 de março de 2011

A visão de Deus Sobre a Cruz


A cruz estava acima de qualquer coisa para Deus Pai. Paulo escreveu: "Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demons¬trando a sua justiça. [...] no presente [...], a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus" (Rm 3.25,26). Na época do Antigo Testamento, Deus aproximou-se de homens como Abraão, Moisés e Davi e de vários outros dos quais os pecados ainda não haviam sido definitivamente removidos. Visto que o sangue de animais era apenas simbólico, Deus optou por salvar essas pessoas em confiança. Esque¬ceu-se dos pecados para que pudesse ter comunhão com eles, mas o valor do resgate ainda não havia sido pago. Dessa forma, para se certificar de que nin¬guém questionaria sua justiça, Cristo morreu para pagar a dívida por eles e por nós.
A obediência de Cristo como o Cordeiro de Deus foi preciosa para o Pai. Paulo afirmou que devemos levar uma vida de amor, "como também Cristo nos amou e se entregou por nós como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus" (Ef 5.2). A disposição demonstrada pelo Filho, sofrendo de acordo com o plano divino, foi um sacrifício de aroma agradável a Deus.
Deus agradou-se do sacrifício de seu Filho. "Con¬tudo, foi da vontade do Senhor esmagá-lo e fazê-lo sofrer, e, embora o Senhor tenha feito da vida dele uma oferta pela culpa, ele verá sua prole e prolonga¬rá seus dias, e a vontade do Senhor prosperará em sua mão" (Is 53.10). Se fizermos a pergunta "Quem matou Jesus?", nossa primeira resposta não deverá ser "Os judeus", ou "Pilatos", e sim "Deus". Deus es¬magou seu Filho. Pedro disse que ele foi entregue nas mãos dos judeus "por propósito determinado e pré-conhecimento de Deus" (At 2.23). Para deixar claro, de acordo com os planos do Pai, Jesus se crucificou.
Mas Deus chicoteou seu Filho, enfiou pregos em suas mãos e pés? Sem dúvida que não, essa cruel¬dade foi perpetrada por homens perversos. Ainda assim, aqueles pecadores realizaram o propósito de Deus. Devemos aceitar como fato o mistério de que a culpa pela morte de Jesus é de pessoas más — e mesmo assim era plano de Deus. Pedro, falando so¬bre todos os que conspiraram para crucificar Jesus, disse: "Fizeram o que o teu poder e a tua vontade haviam decidido de antemão que acontecesse"(At 4.28).
Por que o Pai faria tal coisa? John Piper respon¬de: "Ele fez isso para solucionar a discordância entre seu amor por sua glória e seu amor pelos pecado¬res". Deus não podia simplesmente deixar que o passado ficasse para trás. Assim, antes do início dos tempos, Deus Pai e Deus Filho concordaram em um plano pelo qual a iniqüidade de todos nós seria colo¬cada sobre Jesus. Ele toleraria nosso castigo a fim de que pudéssemos ser absolvidos pelo Pai. O pecado seria apresentado horrível como é, e Deus seria apre-sentado como o Deus amoroso que é. Na cruz, a santidade inexorável colidiu com o amor, para a mú¬tua satisfação de cada característica.
Hoje, freqüentemente ouvimos dizer que Deus perdoa o ser humano baseando-se no seu amor, não no sacrifício expiatório. A mente moderna, ao procu¬rar justificar o pecado, acha difícil entender que Deus não pode estender sua graça aos pecadores até que a santa justiça esteja saciada. Ontem mesmo, foi-me dito que era arrogância sugerir que um popular líder de uma religião oriental (obviamente um bom homem) fosse proibido de entrar no Paraíso. Mas a resposta bíblica é esta: apenas os que foram protegidos da ira de Deus pela morte de Cristo serão salvos. Ou, para expressar isso de modo mais positivo, somente os que possuem a virtude de Cristo como crédito, poderão entrar na presença de Deus.
Até mesmo no Paraíso, a cruz será lembrada. Quando foi permitido a João vislumbrar os céus, ele chorou, porque não foi encontrado alguém que pu¬desse abrir o livro que representava o titulo de pro¬priedade do universo. Mas em seguida lemos:
Então um dos anciãos me disse: "Não chore! Eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos". “Depois vi um Cordeiro, que parecia ter estado morto, em pé, no centro do trono, cercado pelos quatro seres viventes e pelos anciãos" (Ap 5.5,6). Um Cordeiro, que parecia ter estado morto! Martinho Lutero debatia-se freqüentemente con¬tra a incerteza e o Diabo. Ele estava ciente de que somos facilmente iludidos por causa de uma história sobre são Martinho, a figura histórica que havia inspi¬rado seu nome. A história conta que são Martinho teve uma visão de Cristo. Mas quando olhou para suas mãos, a fim de certificar-se de que lá estavam as mar¬cas dos pregos, os furos desapareceram. Então, ele jamais soube se havia encontrado Cristo ou o Diabo. Existem muitos "cristos" nos dias de hoje, mas eles não possuem as marcas dos pregos. Temos pro¬fessores e gurus que nos dizem como obter vida mais feliz e produtiva. Ensinam-nos como "entrar em con¬tato com a parte mais profunda de nosso ser" e como ser espiritual sem ser religioso. No entanto, o que milhões não possuem é um Deus com feridas, um Deus que veio ao mundo sofrer por nossa causa, para que pudéssemos ser reconciliados com o Todo-Po¬deroso. Esse ato fundamental de redenção é tão im¬portante que transformou o imutável. Aliás, o céu está diferente por causa "do Cordeiro que foi mor¬to". O sangue se foi, mas a cicatriz permanece como lembrança de nosso pecado e de sua graça.
Eu hei de reconhecê-lo, eu hei de reconhecê-lo, E redimido ao seu lado eu estarei. Eu hei de reconhecê-lo, eu hei de reconhecê-lo, Pelas marcas dos pregos em suas mãos. Ninguém experimentará o favor eterno de Deus se se desviar da cruz. A cruz é a dobradiça sobre a qual gira a porta da história. E o eixo que sustenta unidos os raios dos propósitos de Deus.
Os profetas do Antigo Testamento apontaram para ela, e os discípulos do Novo Testamento a proclamaram. Quando nos "agarramos à velha e áspera cruz", como nos incentiva o conhecido hino, não o faze¬mos por mero sentimentalismo. A cruz é o cerne de nossa mensagem e o coração de nosso poder para combater as trevas invasoras.

Clamores da cruz
As últimas palavras são sempre importantes. Mas certamente não existem últimas palavras tão importantes quanto as proferidas por Cristo na cruz. Ne¬las, vemos seu coração e seu amor pelo povo que estava sendo salvo por ele. Nesses brados, vemos o lado humano de Jesus. Suas feridas não foram trata¬das para que as nossas fossem. Suas aflições foram imensas para que as nossas fossem levadas embora. Isaías o descreveu: "Sua aparência estava tão desfi¬gurada, que ele se tornou irreconhecível como ho-mem; não parecia um ser humano" (Is 52.14). Ele não pôde ser reconhecido como a pessoa que era. Ele foi vítima de falsas acusações e de violência. Seus oponentes instaram com os romanos para que se li¬vrassem dele. E então seus inimigos se sentiram vingados ao ver os pregos, cheirar o sangue e ouvir os gemidos.
Imagine-o despido e preso pelos pulsos a uma coluna no pátio de Pilatos e então açoitado com chi¬batas que têm bolas de chumbo e lascas de ossos nas pontas. À medida que lhe golpeiam o corpo, formam-se bolhas de sangue, que os repetidos golpes trans¬formam em feridas. E então, a coroa de espinhos é pressionada contra sua cabeça, e o sangue mistura-se ao cabelo emaranhado. Ele tenta carregar a cruz, mas, quando começa a cambalear, Simão de Cirene é forçado a ajudá-lo. No Calvário, suas roupas são arrancadas, e ele sente "uma dor excruciante, como a de milhões de agulhas quentes, abalando o sistema nervoso". Ele então é colocado sobre a própria cruz, e seus executores batem longos pregos quadrados contra seus punhos. "Ao ter o grande nervo central perfurado, ele experimenta "a dor mais intolerável que um homem poderia experimentar [...] cada movimento do corpo sentindo essa terrível dor".
Mesmo em agonia, Jesus ainda era Rei. Mas ele põe de ponta-cabeça nossa visão de majestade. Leia atentamente as palavras de Brooke Foss Wescott: “A soberania demonstrada por Cristo na cruz é uma nova soberania. Destruiu para sempre a fórmula da lei do mais forte. Humilhou a petulância do falso heroísmo. Envolveu com uma dignidade que não perece a integridade do sacrifício. Deixou claro para o coração puro que a prerrogativa da autoridade é servir de forma mais abran¬gente. O Rei divino adquiriu domínio eterno ao morrer.”
Aqui está uma resposta para os que perguntam: "Onde estava Deus quando...?". Acompanhe-me em meus estudos e conheça a história de uma jovem que foi violentada pelo pai e, praticamente, jogada nas ruas aos catorze anos de idade. Agora, tendo aceitado a Cristo como Salvador, ela perguntou: "Onde esta¬va Deus quando me encontrava solitária e sofrendo? Onde ele estava quando meu pai, alcoólatra, nos acor¬dava às três horas da manhã e espancava-nos impiedosamente em nossa cama?". Ela disse ainda: "Sei que Deus é meu Pai, mas parece que ele estava au¬sente quando mais precisei dele". Gentilmente, levei-a por uma jornada no interior do coração de Jesus. No sofrimento de cruz, não encontramos apenas perdão, mas também cura para nossas mais profundas mágoas. Assim como na cruz, ocorre uma permuta pelos nossos pecados — nossos pecados são creditados a Cristo, e sua justiça é credi¬tada a nós —, nossos fardos emocionais também são transferidos para os ombros dele. Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças; contudo nós o consideramos castigado por Deus, por Deus atingido e afligido. Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feri¬das fomos curados (Is 53.4,5). Ele tomou sobre si nossas enfermidades.
Isso não significa viver emocionalmente tranqüi¬los, assim como não podemos viver livres do pecado. Mas podemos ser confortados com a firme convicção de que as piores injustiças da humanidade foram levadas em conta. A cruz foi o maior ato de Deus para nos alcançar, e é aqui que nos identificamos mais intimamente com Cristo. Obviamente, não temos como repetir sua experiência, mas podemos nos iden¬tificar com suas feridas. Conforme aprenderemos, Cristo foi abandonado para que fôssemos acolhidos. Ele experimentou o inferno para que pudéssemos ex¬perimentar o céu.
Ele morreu para que também fôssemos fisicamen¬te curados? Sim, ele nos redimiu por inteiro — corpo, alma e espírito. No entanto, seria um erro presumir que podemos ser curados a qualquer mo¬mento e que temos o direito de "reivindicar a nossa cura". A Bíblia deixa claro o fato de que não vemos a consumação de nossa redenção nesta vida. Assim como derrotou a morte, ainda que tenhamos de sofrê-la, ele também adquiriu para nós um novo corpo, que aguarda a ressurreição. Os que querem tudo neste mundo enganam multidões que caem vítimas da teologia da prosperidade. Nesta vida, recebemos o perdão pelos nossos pecados e o Espírito Santo como um adiantamento da glória futura. Mas o céu ainda não é aqui. A cura física, embora tenha sido compra¬da, ainda deve aguardar.
A cruz lembra que nossa auto-condenação deve ter um fim. Já não precisamos ficar lembrando o passado. Não devemos pensar que Deus nos vê como nós nos vemos. Receber o perdão de Deus e estendê-los aos outros é tanto privilégio quanto responsabi¬lidade. Richard Foster escreveu: "Hoje o coração de Deus é uma ferida de amor aberta. Ele sente dor com nosso distanciamento e se preocupa. Lamenta por não nos aproximarmos dele. Entristece-se por termos esquecido dele. Chora ao ver nossa obsessão por querer mais e mais. Anseia pela nossa presen¬ça".8 Ele foi preso por mim, ferido por mim, rejeita¬do por mim e surgiu em novidade de vida por mim. Dietrich Bonhoeffer estava certo quando disse que a culpa é um ídolo que algumas pessoas se recusam a abandonar. Devemos aceitar com ousadia o que Deus nos oferece, em vez de lhe dar às costas. Alguns acham que estão fazendo um favor a Deus quando se recusam a aceitar seu perdão, raciocinando que ele está tão bravo que prefere não os ver de forma alguma.
Pessoas assim insultam a Deus, pois vivem como se a morte de Cristo não fosse o bastante para seus pecados. Não tenha dúvida. Ele é capaz de salvar todos os que optarem por crer. Suas feridas foram a prova de seu amor. “De sua fronte, pés e mãos vem um amor que faz irmãos. Unem-se nele dor e amor, a coroar o Redentor.”Meu computador sublinha, imediatamente, com uma linha vermelha ondulada todas as palavras que contenham erros de grafia. Algumas vezes ele também sublinha palavras corretamente grafadas, mas a linha vermelha só aparece nas palavras que não estão registradas no programa. O computador que estou usando não reconhece a palavra "quebrantamento". Infelizmente, muitos de nós também não reconhecem essa palavra. Sabemos o que é estar quebrado, mas não experimentamos o quebrantamento, palavra que nos lembra que na cruz se acaba toda auto-exaltação, e somos apresentados ao mistério da von¬tade providencial de Deus para nós. Na cruz, chegamos ao fim da busca egoísta e rejeitamos para sempre a noção de que somos dignos de cooperar com Deus em nossa salvação.
Na África, um incêndio devastou um casebre, queimando rápida e intensamente, e matando todas as pessoas de uma família, exceto uma. Um estranho foi visto correndo para dentro da casa em chamas. Ele tomou um garotinho das chamas, colocou-o em segurança e então desapareceu na escuridão. No dia seguinte, a tribo reuniu-se para decidir o que fazer com o garoto. Talvez, devido a superstições, deduziram que se tratava de uma criança especial, visto que sobrevivera ao incêndio. Um sábio insistiu em adotar o garoto, mas um homem rico considerava-se mais qualificado. Com o decorrer da discussão, um jovem desconhecido dirigiu-se ao centro do círculo e insistiu em que tinha precedência na adoção da criança. Então mostrou-lhes as mãos, queimadas pelo fogo da noite anterior. Era o homem que salvara o menino e por isso insistia em que a criança era sua por direito. Da mesma forma, nosso Salvador, com suas cicatrizes, reivindica-nos para si. Os outros deuses eram fortes, mas tu eras fraco, Eles cavalgavam, mas tu cambaleaste até teu trono Mas com nossas feridas, somente as feridas de Deus podem falar, E nenhum Deus possui feridas, senão somente tu.
Um Deus com feridas! Jesus não se calou na cruz. Se voltarmos nossa atenção para os brados dele, encontramo-nos em solo sagrado. Os brados de Jesus revelam os mais profundos anseios de seu coração. Aqui, vemos o último ato de sofrimento altruísta. Junte-se a mim em uma jornada que nos fará excla¬mar: "Veja como ele nos amava!"


Os Brados da Cruz - Erwin W. Lutzer – Ed. Vida

sexta-feira, 11 de março de 2011

SUPREMA DEDICAÇÃO

Cada indivíduo vive, planeja e se move conforme certo ponto de referência. A visão que uma pessoa tem do mundo, da vida e da eternidade pode ser comparada a uma janela que pode restringir ou permitir uma visão mais ampla. Consequêntemente, todos os conceitos básicos da verdade são circunscritos pela “janela”, a qual chamaremos ponto de referência. “Onde não há visão o povo perece” (Pv 29.18), e quando o ponto de referência é restrito, há uma grande limitação! É impossível uma pessoa viver além da visão que possui; da mesma forma, é impossível alguém se dedicar além do seu maior objetivo.
Dificilmente apreciaremos o ponto de visa de outras pessoas se não nos colocarmos na posição em que ela se encontra a fim de podermos apreciar as coisas a partir da sua perspectiva. É isso que Ezequiel quis dizer quando declarou: “Sentei-me ali... onde eles sentaram...” (Ez 3.15).
Uma experiência recente possibilitou que o escritor tivesse uma compreensão mais clara desse problema. Ele estava conversando com Líder Mormon, que após questioná-lo sobre o a busca de salvação somente para ir para o céu, afirmando que esta era uma posição egocêntrica. Este líder surpreendeu-se ao saber que o autor não pensava assim, mas que partia de um propósito maior e anterior a este somente. Assegurando-lhe que Deus havia revelado em sua Palavra o supremo arcabouço de toda a referência. Embora, como seres humanos, não possamos conhecer todos os detalhes do supremo propósito de Deus, ainda assim explicou-lhe que estava convicto de que Deus tem dado a revelação mais necessária para que cada um de nós ofereça suprema dedicação à realização desse propósito. Passou, então, a esboçar para ele um diagrama simples, abaixo, que ilustra os três pontos de referência mais comuns, e o Supremo Ponto de Referência.



PONTO DE REFEÊNCIA 1: Para os que estão fundamentalmente ocupados com a salvação pessoal, seu ponto de referência se inicia na Queda do homem e finaliza com sua redenção e acesso ao céu. Mas, uma vez que tudo principia com o homem, finaliza com ele e com aquilo que ele pode receber.
PONTO DE REFERÊNCIA 2: Outras pessoas parecem desconsiderar quase totalmente qualquer necessidade de redenção pessoal. Praticamente ignoram que a Queda e passam a envolver-se apenas no estabelecimento do Reino de Deus, como os Testemunhas de Jeová.
PONTO DE REFERÊNCIA 3: Ainda existem os que iniciam com o Deus Eterno como Criador. Ao iniciarem neste ponto, Deus em Sua criação no Gênesis, procuram razão e significado para a existência desta vasta criação.
PONTO DE REFERÊNCIA 4: Finalmente, chegamos ao Supremo Ponto de Referência. Se ainda não percebemos, fiaremos surpresos ao constatar que ele se inicia “lá atrás”, no próprio coração do Pai, não meramente na fundação do mundo, mas antes de ele ser fundado – “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,” (Ef 1.3) o qual é a razão primeira de todas as razões. Não foi a Queda do homem que determinou todas as coisas, nem o desejo de Deus em ter um Reino, nem mesmo Seu plano para uma nova criação – foi a natureza Paternal de Deus que determinou Sua principal motivação, Seu propósito eterno e Sua suprema dedicação. Finalmente, a realização suprema de Deus Lhe trará a satisfação da qual Seu coração de Pai é tão digno.
Que ponto de referência poderia ser maior do que aquele que inicia com o Pai eterno e finaliza com a Nova Jerusalém, a habitação de Sua enorme família que trará honra, glória, prazer e satisfação a Ele e ao Seu Filho e ao Espírito Santo? Nesse ponto de referência vemos a importância da salvação (uma vez, de fato, houve a Queda); vemos o reino, ; vemos a Nova Criação; mas também vemos o Pai e a sua imensa família. É esse ponto de referência que dá significado apropriado a todas as demais coisas.
Leia uma vez mais as palavras de Paulo em Romanos 8 e veja se agora lhe parecem mais significativas: “É claro, também... que no final temos cumprido nossa plena filiação nEle. Além disso, sabemos que aqueles que amam a Deus, e que são chamados segundo o Seu plano, tudo o que acontece redunda em bem. Na Sua presciência Deus escolheu-os para ingressarem na família conformadamente ao seu Filho, que se tornará o primogênito de família de muitos irmãos. Ele escolheu há muito; e quando chegou o tempo devido, os chamou; Ele os fez justos aos olhos dEle e elevou-os ao esplendor de uma vida conforme a do Seu Filho” (Rm 8.28-30, J.B, Phillips).
Viver na glória de tudo o que Ele um dia realizará em nós faz com que esqueçamos não apenas nossos sofrimentos presentes, mas também nossos objetivos e ambições particulares. Tudo que antes nos parecia tão urgente e importante passa agora a se ajustar ao Supremo Propósito.
Portanto, a que devemos nos dedicar? Temos entendido que é a própria verdade que nos libertará de nos dedicarmos a algo menor do que Seu propósito. Agora que nos movemos no rio onde podemos enxergar todas as coisas do Seu próprio ponto de vista, não podemos fazer outra coisa a não ser dedicar-nos a cooperar com Ele na realização do Seu glorioso plano e SUPREMO PROPÓSITO.
“Ora, aquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém.” (Judas 24,25, Weymouth).

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Reavivamento, obra soberana de Deus

Reavivamento é uma obra soberana de Deus. A igreja não produz reavivamento; ela o busca e prepara seu caminho. A igreja não agenda reavivamento; ela ora por ele e aguarda sua chegada. Reavivamento não é estilo de culto, nem apenas presença de dons espirituais ou manifestações de milagres. O Salmo 85 trata desse momentoso assunto de forma esclarecedora. O salmista pergunta: “Porventura, não tornará a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?” (Sl 85.6). Dr. Augustus Nicodemus, em recente mensagem pregada em nossa igreja, ofereceu-nos quatro reflexões acerca do versículo em epígrafe.
1. Reavivamento é uma obra de Deus na vida do seu povo. Reavivamento não acontece no mundo, mas na igreja. É uma intervenção incomum de Deus na vida do seu povo, trazendo arrependimento de pecado, volta à Palavra, sede de santidade, adoração fervorosa e vida abundante. Reavivamento começa na igreja e transborda para o mundo. O juízo começa pela casa de Deus. Primeiro a igreja se volta para Deus, então, ela convoca o mundo a arrepender-se e voltar-se para Deus.
2. Reavivamento é uma obra exclusiva de Deus. Os filhos de Coré clamaram a Deus por reavivamento. Eles entenderam que somente Deus poderia trazer à combalida nação de Israel um tempo de restauração. Nenhum esforço humano pode produzir o vento do Espírito. Nenhuma igreja ou concílio pode gerar esse poder que opera na igreja um reavivamento. Esse poder não vem da igreja; vem de Deus. Não vem do homem; emana do Espírito. Não procede da terra; é derramado do céu. Laboram em erro aqueles que confundem reavivamento com emocionalismo. Estão na contramão da verdade aqueles que interpretam as muitas novidades do mercado da fé, eivadas de doutrinas estranhas às Escrituras, como sinais de reavivamento. Não há genuína obra do Espírito contrária à verdade revelada de Deus. O Espírito Santo é o Espírito da verdade e ele guia a igreja na verdade. Jamais ocorreu qualquer reavivamento espiritual, produzido pelo Espírito de Deus, dentro de seitas heterodoxas, pois Deus não age contra si mesmo nem é inconsistente com sua própria Palavra.
3. Reavivamento é uma obra extraordinária de Deus. O reavivamento não é apenas uma obra de Deus, mas uma obra extraordinária. É uma manifestação incomum de Deus na vida do seu povo e através do seu povo. Deus pode fazer mais num dia de reavivamento do que nós conseguimos fazer num ano inteiro de atividades, estribados na força da carne. Quando olhamos os reavivamentos nos dias dos reis Ezequias e Josias, vemos como o povo se voltou para Deus e houve júbilo e salvação. Quando contemplamos o derramamento do Espírito no Pentecostes, em Jerusalém, vemos como a mensagem de Pedro, como flecha, alcançou os corações e quase três mil pessoas se agregaram à igreja. Quando estudamos o grande reavivamento inglês, no século dezoito, com John Wesley e George Whitefield constatamos que uma nação inteira foi impactada com o evangelho. O mesmo aconteceu nos Estados Unidos no século dezenove e na Coréia do Sul no século vinte. O reavivamento é uma obra incomum e extraordinária de Deus e nós precisamos urgentemente buscar essa visitação poderosa do Espírito Santo na vida da igreja hoje.
4. Reavivamento é uma obra repetida de Deus na história. É importante entender que o Pentecostes é um marco histórico definido na história da igreja. O Espírito Santo foi derramado para estar para sempre com a igreja e esse fato é único e irrepetível. Porém, muitas vezes e em muitos lugares, Deus visitou o seu povo com novos derramamentos do Espírito, restaurando sua igreja, soprando sobre ela um alento de vida e erguendo-a, muitas vezes, do vale da sequidão. Nós precisamos preparar o caminho do Senhor e orar com fervor e perseverança como o salmista: “Porventura, não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?” O reavivamento é uma promessa de Deus e uma necessidade da igreja. É tempo de clamarmos ao Senhor até que ele venha e restaure a nossa sorte!

Rev. Hernandes Dias Lopes

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Visão Celestial, Responsabilidade e Ministério Espiritual

Para vivermos Seu Propósito Eterno, estarmos debaixo do Seu governo e agirmos pelo Seu ordenamento, o Senhor tem nos levado à Sua Palavra com mais seriedade, profundidade a fim de termos mais iluminação da revelação que já está completada nas Escrituras. À semelhança do apóstolo Paulo (Atos 9 e 26), Ele tem nos aberto os olhos espirituais para a Visão Celestial que é Cristo, o Cabeça, e a Igreja, Seu corpo, ou Sua noiva (Ap 19).
Quando recebemos a Visão Celestial, consequentemente é nos dispensada, pelo Pai, a Responsabilidade Espiritual, que implica em nossa resposta ao governo e a ordenação do Senhor para os seus filhos, através de Sua Palavra, e nos leva ao desenvolvimento da vocação (Ef 4.1), para a qual nos fomos predestinados, chamados, justificados, para a glória de Deus Pai, em Cristo Jesus (Rm 8.30).
Entretanto à medida que vamos sendo iluminados no nosso entendimento, para a revelação do Supremo Propósito de Deus, conhecemos, também, o nosso Ministério Espiritual, que nos é revelado a partir do capítulo 44 do Livro de Ezequiel, onde nos é ensinado pelo Próprio Deus, nas palavras do profeta que o Ministério Espiritual é composto de duas verdades, ou duas partes, onde a segunda deve ser uma consequência da primeira. Essas duas partes são encontradas no versos15 a 17de Ezequiel 44: “Mas os sacerdotes levitas, os filhos de Zadoque, que cumpriram as prescrições do meu santuário, quando os filhos de Israel se extraviaram de mim, eles se chegarão a mim, para me servirem, e estarão diante de mim, para me oferecerem a gordura e o sangue, diz o SENHOR Deus. Eles entrarão no meu santuário, e se chegarão à minha mesa, para me servirem, e cumprirão as minhas prescrições. E será que, quando entrarem pelas portas do átrio interior, usarão vestes de linho; não se porá lã sobre eles, quando servirem nas portas do átrio interior, dentro do templo.” A primeira parte esta na declaração – “, eles se chegarão a mim, para me servirem, e estarão diante de mim, para me oferecerem a gordura e o sangue, diz o SENHOR Deus. Eles entrarão no meu santuário, e se chegarão à minha mesa, para me servirem,”. Aqui o Senhor estabelece a prioridade do sacerdote – ministério ao Senhor. Serviço a Ele, no Seu santuário, na Sua mesa, que é chegar-se a Ele, adorá-Lo, ministrar a Ele a “gordura” – o melhor, o principal, a melhor parte, o melhor tempo, a melhor hora, as primícias de tudo. Estar em Sua presença, conhecendo-O. Esta é a primeira parte do Ministério Espiritual. “A segunda vem da primeira, que é o Ministério à Casa de Deus –”, e cumprirão as minhas prescrições. “E será que, quando entrarem pelas portas do átrio interior, usarão vestes de linho; não se porá lã sobre eles, quando servirem nas portas do átrio interior, dentro do templo.”. O trabalho que podemos fazer, o dom que recebemos para ministrar à Igreja, ao povo de Deus, no átrio inferior, no serviço aos santos.
Minha oração e petição para esse novo ano que se inicia, é que o Espírito Santo nos conduza mais e mais no conhecimento, na revelação do que é Visão Celestial, Responsabilidade Espiritual, e Ministério Espiritual, para que possamos crescer rumo à maturidade cristã e assim seja o Senhor mais e mais glorificado através de nossa vida pessoal, nas nossas famílias, na congregação e que Ele seja conhecido através de nós em todo o lugar onde nos relacionemos com pessoas, que são também o alvo da grande e poderosa salvação que nos alcançou. Isto sim é um próspero ano novo. Graça e Paz… Douglas Bataglião